segunda-feira, 17 de março de 2014

INCLUSÃO ESCOLAR

 
Caros pais, alunos, colegas professores e intérpretes da Língua Brasileira de Sinais!

 Sou Lucia Oliveira de Andrade, professora, e atuo no ramo da Educação Especial desde o ano de 1998, trabalho que amo imensamente e procuro, na medida do possível, realizar através do acompanhamento das transformações que essa vem sofrendo principalmente nas últimas duas décadas e de uma prática realmente inclusiva. Minha formação a nível Médio se deu através do Curso de Habilitação Magistério; a nível de Graduação, cursei Pedagogia – Orientação e Supervisão Escolar, pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do RS- UNIJUÍ- e a nível da Pós Graduação, Educação Especial na Perspectiva em Educação Inclusiva, por essa mesma Instituição. Também tenho Pós Graduação em Docência e Interpretação em Língua Brasileira de Sinais, área que mais me identifico profissionalmente.

Neste ano de 2014, estou tendo o privilégio de retomar o trabalho como intérprete.  Realizo esse trabalho com duas alunas que estão no Ensino Fundamental, uma nos Anos Iniciais e outra nos Anos Finais. Acompanhar esse processo de escolarização, numa perspectiva inclusiva, aumenta ainda mais nossa responsabilidade enquanto educadores. Sabemos que o Brasil é signatário de acordos internacionais em construir uma proposta de educação inclusiva que leve em conta a diversidade, que respeite as diferenças e que rompa com paradigmas homogeneizantes excludentes. Entendo que estamos num processo de construção coletiva da inclusão escolar, que as leis são necessárias para nos orientar, mas, em contrapartida, necessitamos nos despir de preconceitos frente às pessoas com deficiência, sendo que essa é uma condição indispensável para que se construa, com eficácia, a inclusão.

No meu entendimento, a melhor forma de rompemos com o preconceito é através do convívio com a diferença, entendendo que esta condição não é exclusiva das pessoas com deficiência. Lembremos:“Ser diferente é normal”. Quando se tem, em sala de aula, alunos surdos, há que se considerar uma proposta educacional bilíngue, que oportunize o conhecimento e o uso regular de duas línguas, no caso do surdo,a Língua de Sinais como primeira língua (L1) e a Língua Portuguesa na modalidade escrita.

Diante do exposto, há que se considerar que o cognitivo dos alunos surdos se desenvolve de maneira visual e gestual, em sua primeira instância, por isso se destaca a importância das estratégias e dos recursos visuais no processo de construção da aprendizagem. Ser surdo é ser membro de uma comunidade minoritária, que apresenta especificidades culturais diferentes da cultura ouvinte e que necessita ser respeitada em sua complexidade.

Analisando a trajetória de educação inclusiva, percebo que estamos construindo esse processo, porém há, ainda, um longo caminho a percorrer, estudando caso a caso e analisando cada aluno e sua relação com o conhecimento. As mudanças acontecem quando nos mostramos flexíveis a elas, quando temos atitudes pró ativas à inclusão. Sabemos que não há receita pronta e nunca haverá. Por isso, parabenizo os pais que abraçam a causa e ensinam seu filho a buscar conhecimento e inserção social.

Também agradeço: em primeiro lugar, a Deus, por nos dar força; aos colegas, por abraçar a causa com entusiasmo e paixão; àqueles que ainda apresentam resistência, por nos desafiar a compreender que necessitamos buscar sempre estratégias para ampliar a possibilidade de trabalho e, finalmente, agradeço imensamente aos alunos com quem tenho o privilégio de conviver e trabalhar, pois são eles, no dia a dia da escola, que nos enchem de entusiasmo e fé e nos dão a esperança de que estamos construindo uma sociedade mais humana e realmente para todos.

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